Fatos que não lhe contaram sobre a mineração

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Como seria o mundo sem os benefícios da mineração? Você consegue imaginar? Faça uma forcinha!

Difícil, não é mesmo?  Atualmente, é evidente a necessidade dos minerais para a produção das tecnologias e serviços essenciais da população mundial, portanto, se não existisse mineração, com certeza o mundo em que vivemos não seria o mesmo, pois tudo ao nosso redor depende direta ou indiretamente dela, o que evidencia sua importância desde os primórdios da humanidade.

Afinal, como surgiu a mineração?

A mineração pode ser definida como processos, atividades e indústrias, cujo objetivo é a extração de substâncias minerais, que se concentram naturalmente na terra, a partir da exploração de um depósito (qualquer concentração natural de material na crosta terrestre, independentemente de ser viável ou não).

A extração de minerais está presente na vida do homem desde o tempo da Pré-História, quando pedras eram destinadas para o desenvolvimento de utensílios e armas.

Em pontos históricos, em 40.000 a.C, a hematita já era extraída para ser utilizada em pinturas e rituais e, entre 7000 a.C. e 4000 a.C, desenvolveu-se a metalurgia do cobre e a produção de ligas. O bronze, da maneira que conhecemos, começou a ser produzido a partir de 2600 a.C. e, em 2000 a.C., os povos do mediterrâneo já o produziam em massa, além de cobre, chumbo e prata. Em Atenas, a partir de 2000 a.C., a mineração também era marcante, especialmente nas minas de prata e chumbo de Laurim, onde chegaram a existir numerosos poços de acesso e ventilação.

Porém, o termo mineração, surgiu somente a partir do século XVI, quando pesquisadores começaram a estudar os minerais, pensando em compreender as formas, funções e valores desses produtos.

A partir daí, tornou-se uma atividade lucrativa, iniciando-se a busca por minerais para a produção de objetos que facilitariam a vida das pessoas, com altos investimentos e o retorno financeiro, garantido.

O que você desconhece sobre a mineração no Brasil

Somente no século XVIII, no Brasil, ocorreu a obtenção de lucros com pedras e metais preciosos, através das expedições denominadas Entradas e Bandeiras, que consistiam na procura de ouro, prata e diamantes, enquanto capturavam indígenas para o trabalho escravo.

Uma dessas expedições conseguiu encontrar jazidas de ouro nas regiões montanhosas de Minas Gerais, onde teve início a ocupação do Vale do Ouro Preto.

A densidade populacional aumentou sobremaneira nessa região e aumentaria ainda mais com a presença dos escravos que, encarregados do trabalho braçal, passaram a compor a base da sociedade mineradora, como aponta o historiador Boris Fausto:

“Na base da sociedade estavam os escravos. O trabalho mais duro era da mineração, especialmente quando o ouro do leito dos rios escasseou e teve de ser buscado nas galerias subterrâneas. Doenças como a disenteria, a malária, as infecções pulmonares e as mortes por acidentes foram comuns. Há estimativas de que a vida útil de um escravo minerador não passava de sete a doze anos. Seguidas importações atenderam às necessidades da economia mineira, inclusive no sentido de substituir a mão de obra inutilizada”.

A partir da descoberta de metais preciosos nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, iniciaram-se as disputas pelas minas, provocando conflitos armados e a imediata intervenção portuguesa para organizar o fluxo de pessoas no local e obter lucros.

Mudanças no Brasil ocasionadas pela mineração

Com a mineração, um novo polo econômico se estabeleceu e a população começou a buscar as cidades para viver, contribuindo dessa forma, para a formação de novos grupos sociais, resultando numa série de modificações no Brasil.

Entre as décadas de 1930 e 1980, através de uma política governamental baseada principalmente em subsídios (incentivos financeiros diretos do governo ao setor), começou a se criar a base de uma economia industrial, que dependia dos recursos minerais para se manter.

10 curiosidades sobre a mineração que você vai curtir

  1. Até a chegada da mineração no Brasil, o idioma praticado era o tupi, que foi substituído pelo português, graças ao aumento de portugueses no território, que vieram em busca de pedras preciosas.
  2. A mineração durante o período colonial, provocou a mudança da capital brasileira, que era Salvador, para o Rio de Janeiro, por ficar mais próximo das minas.
  3. Com a riqueza trazida pela extração de ouro, surgiu uma nova classe consumidora no Brasil Colônia, a classe média brasileira.
  4. Os primeiros diamantes encontrados no Brasil ficavam na região do rio Jequitinhonha, que banha os estados de Minas Gerais e Bahia. O ano era 1729 e o principal centro produtor foi o arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina, em Minas Gerais.
  5. Você sabia que a expressão “Santo do Pau Oco”, utilizado para designar pessoas dissimuladas, foi criada na época damineração colonial? Como os impostos sobre metais preciosos eram altíssimos, santos de madeira oca eram preenchidos com minerais como ouro em pó, passando pelas Casas de Fundição, sem pagar os abusivos impostos à Coroa.
  6. A cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, tem esse nome devido à exploração local de ouro, que era recoberto com uma camada de óxido de ferro, que lhe dava uma tonalidade escura, diferente da normal.
  7. A produção de ouro no Brasil representou metade da produção mundial de ouro entre os séculos XVI e XVIII. Contam os antigos, que um escravo chamado Chico Rei, conseguiu comprar a própria liberdade e a de outros escravos com o ouro contrabandeado na Mina Encardideira, em Ouro Preto, onde trabalhava.
  8. A Inglaterra financiou a Revolução Industrial com parte das riquezas tiradas da colônia portuguesa, saídas do Brasil.
  9. O primeiro imposto no Brasil surgiu no período da mineração colonial e era chamado de quinto. Ele estipulava que 20% da riqueza obtida em cada jazida deveria ser concedida à Coroa Portuguesa.
  10. Com as promessas de riqueza no Novo Mundo, começou uma imigração intensa de portugueses para o Brasil e a população oficial da colônia pulou de 300 mil pessoas para 3 milhões! Uau!

Observando a história da mineração, podemos visualizar o longo processo que nos trouxe até a atualidade, tornando-se uma atividade essencial para o desenvolvimento do planeta, mas sempre buscando minimizar os impactos ambientais e sociais provocados por ela.

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