Muito se fala a respeito da indústria 4.0. Mas, ao que tudo indica, o Brasil ainda não alcançou sua maturidade nesse conceito. Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em 2018 apenas 2% das empresas obtiveram o grau de inovação e tecnologia que a indústria 4.0 traz.
Afinal, do que realmente se trata a nova revolução industrial? Quais os seus impactos nos setores mais robustos da economia brasileira, como a mineração por exemplo?
Continue a leitura para saber mais!
O que é a indústria 4.0?
O termo surgiu em 2011, durante uma Feira de Negócios em Hanover, a mais importante feira industrial da Alemanha. O conceito da indústria 4.0 – ou Quarta Revolução Industrial, Manufatura Avançada ou ainda Indústria Inteligente – é fundamentado na ideia da integração dos processos de produção com tecnologias de ponta, como:
- Inteligência artificial (AI): é a tecnologia que possibilita o aprendizado das máquinas com experiências, treina computadores para processar grandes quantidades de dados e reconhecer padrões. Isso possibilita desde IAs imbatíveis no xadrez até veículos autônomos.
- Big Data: é a análise e interpretação, com velocidade, de um grande volume de dados não estruturados, ou seja, que não têm relação entre sim nem estrutura definida.
- IoT (Internet das Coisas): são os dispositivos digitais e inteligentes que operam em rede e são capazes, por meio de sensores, de captar dados em lugares como plataformas de petróleo, coleta de dados climáticos e controle de termostatos.
- Machine learning: o “aprendizado da máquina” é o ramo da IA que possibilita que os sistemas possam aprender com os dados, identificar padrões e tomar decisões com o mínimo de intervenção humana.
- Robótica avançada: uma das principais tecnologias da indústria 4.0, os robôs colaborativos não somente executam uma única tarefa repetidamente (como os convencionais), mas são capazes de realizar diferentes tarefas e de forma simultânea.
A indústria 4.0 na mineração
No Brasil, a indústria da mineração corresponde a quase 17% do PIB brasileiro (segundo dados do Ibram), é composta por mais de 10 mil empresas e empregam mais de 2 milhões de pessoas.
Uma atividade de peso, com tamanha importância econômica e grandes responsabilidades ambientais não ficaria de fora da indústria 4.0. O termo “mineração 4.0” também já vem se popularizando e é referente à forma com a qual as tecnologias da nova revolução industrial vêm sendo utilizadas na mineração.
Como exemplo, a Vale criou um AI Center em Vitória (ES), para estudar o uso da Inteligência Artificial e aperfeiçoar a manutenção preditiva das suas ferrovias. A
IoT permite o aumento de confiabilidade, produção, segurança, qualidade e a otimização dos processos de manutenção, passando de manutenção corretiva para manutenção condicionada e preditiva.
Geração de energia na era digital
O setor industrial é responsável pelo consumo de 40% da energia gerada no Brasil. Devido a esse alto gasto e com o contexto da indústria 4.0, a pauta de sustentabilidade energética nunca esteve tão em voga.
De acordo com um estudo do Instituto McKinsey, as “fábricas inteligentes” conseguem, por meio de sensores, IoT, softwares de monitoramento e análise de dados uma redução de até 20% no consumo energético. Além disso, é possível reduzir até 40% dos custos com manutenção e ter uma precisão 25% maior na previsão de demandas.
A quarta revolução industrial é uma realidade. Mesmo que ainda não seja acessível ou aplicada em todas as indústrias (pois além de investimentos também é preciso trabalhar a cultura das empresas), é preciso acompanhar o que a indústria 4.0 aponta como norte para a produção industrial.
Quer saber mais sobre quais serão os rumos da indústria? Conte pra gente nos comentários os assuntos que você gostaria de conhecer melhor!